12 novembro 2002

Pensava ter-te deitado fora



Pensava ter-te deitado fora




Já não estás aqui ...
Porquê ...? Não sei ...

A vida é assim.

Foste para longe há tantos anos.
Fiz desaparecer as tuas fotografias,
fiz-te desaparecer fisicamente.
Queria-te ausente ...

Deitei-te fora em desespero.
Queria ter-te deitado fora,
quero deitar-te fora,
mas não me deixas ...

DEIXA-ME! DEIXA-ME! DEIXA-ME!

Tenho que ir ... tenho que ir viver a minha vida!

Sem ti!

Antes ... muito antes de te querer deitar fora,
deitámo-nos fora um ao outro!

Desapareceste ... Agora é tarde demais!

Não soubeste quem eu era ...
Não soube quem tu eras ...
Não sabíamos quem éramos ...

Como podíamos amar-nos assim?
Sem nos conhecermos?

Como?

Como podem dois seres humanos amarem-se, assim?
Sem se conhecerem...

Não fizeste um esforço (que eu visse) para me descobrires!
Não o fizeste para te descobrires ...
muito menos o farias para nos descobrires aos dois!

Fizeste?
Não, não fizeste.

Vês?!
Raios!!

Acho que no fundo não querias que eu fosse assim ...

Amaste-me?

Eu sei que te amei ...
Não me consigo lembrar ...
mas sei que te amei algures no tempo ...

Perdoa-me, mas queria ainda amar-te ...
receio que já não ... receio que só me reste a mágoa de te ter odiado,
de esperar que esse ódio desapareça...
e que finalmente se abra um espaço para AMAR ...


12 Novembro 2002

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