04 novembro 2006
22 outubro 2006
Chove na Foz, chove-me na alma
Chove na Foz, chove-me na alma
Chove tanto aqui na Foz.
Ontem estava um bocadinho como o clima. Para piorar tudo, deixei cair o "Mil Folhas" e não dei por nada. Quando voltei ao local, as folhas de jornal de que mais gosto estavam presas debaixo do pneu de um BMW prateado. Lá ficaram...
À tarde, perdi-me
Hoje chorei a relembrar as fotografias que revi ontem. Hoje deixei-me levar nas lágrimas pelo medo de me deixar ir assim outra vez. Talvez tenha medo de ouvir que Não. Talvez não me sinta com forças para confrontações com os meus medos e fantasmas.
Lembrei-me como me deixei dormir nos teus braços, noites inteiras. Por que é que os abraços afastam os fantasmas e nos embalam no sono?
Não fui capaz de deixar as tuas fotos e trouxe-te comigo para o meu quarto novo. Estás lá com os teus R. e o P., estão lá o Tó e o Tobias. Estão lá todos, em vossa homenagem, para me lembrar que foram a minha família durante muito tempo. Triste é pensar que só ficou o P. É um triste balanço. Está muito bonito o P.
15 outubro 2006
Almoço de família e compras de miúdas
Almoço de família e compras de miúdas
Era Sábado. A minha mãe telefonou-me:
– Vamos almoçar à Milú e não há comer que chegue para todos! – Se isto é normal?! Eu achei que sim!
– Tá bem! Então, vou lá ter depois de almoço.
Ainda era Sábado. Telefonou-me a Milú:
– Vou às 2h.
– Não! Vens almoçar connosco.
– Está bem. Estou aí à 1h.
Foi Domingo. Vi-me a chegar primeiro que todos e até a surpresa da chegada dos meus primos mais novos a chegarem com os pais e com pampilhos de Cantanhede! A seguir vi um prato Enorme de carne de borrego assado no forno com batatas fritas e salada, salada de frutas e um enorme abacaxi… Hummm!
- Não vai chegar para todos! - diziam...
Claro que ainda sobrou um único naco de carne ridículo, abacaxi e salada de frutas com fartura. Nesta família é sempre assim. Quando é “pouco” sobra sempre.
Tagarelámos à mesa sobre coisas de família e para não variar fomos parar a temas pouco ortodoxos para um almoço. A primeira cena do filme do Almodóvar, "Volver", levou-nos aos cemitérios e à campa da família. Conversas estranhas para se terem à refeição, pensarão muitos. Este tipo de temas são debatidos com muita abundância nos nossos ajuntamentos familiares. É assim desde que me lembro. Um pouco a fazer lembrar os filmes de Almodóvar. Na nossa família, os homens também são poucos para desgosto de alguns. Quase só nascem filhas! Durante o almoço conclui, como sempre, que prefiro ser cremada e que atirem as minhas cinzas ao mar ou num carvalhal já velho.
Almoço terminado e foi todo o mundo para o "Lopes" beber café. Tudo isto num dos bairros antigos de Benfica (Lisboa). O café, esse não se chama "Lopes", mas para esta família o dito estabelecimento será sempre o "Café do Lopes".
Compras de miúdas
Depois do café, decidi que precisava de cuecas novas e pus-me a caminho do Colombo – imagine-se que local mais triste para passar o resto da tarde de Domingo!! Fiz-me acompanhar da minha prima mais nova – 12 anos – e enfeiticei-me de adolescente. Partilhámos os phones do walkman dela e ouvimos meia dúzia de vezes a mesma música pirosissíma – também muito sofrida –, de uma dessas cantoras que é famosa sabe-se lá como.
Lá fomos em busca das ditas peças de roupa interior. Depois de muito palmilharmos o centro comercial mais insuportável da capital, lá encontrei mais ou menos o que queria – porque será que é tão complicado conseguir tudo branquinho, sem risquinhas, sem bordadinhos, confortável…? Enfim... Apaixonei-me por umas calças cinzentas giríssimas e por um cascol às risquinhas de muitas cores. Perdi-me, claro!
Deixei-me ir a lojas que nada têm a ver comigo para dar espaço à R. Os gostos não poderiam ser mais diferentes, com excepção do encanto pelos All-Star. Ela acha que são super-fashion e super-modernos! Tive que lhe explicar que agora se paga uma fortuna para já se comprarem russos e a malta da minha idade ia para o mar com eles e depois dava-lhes uma esfrega com areia. O efeito era o mesmo e era gratuito. Os últimos All-Star que tive foram comprados há anos e anos e os mais giros que já vi. Eram de flanela e tinham um padrão aos quadrados com riscas pretas e verdes. Agora tenho uns da Caterpillar. Também estão russos, são bem mais giros que os originais e estão quase a romper-se como manda a Moda! ;-)
No fim, voltei a enfeitiçar-me de dadolescente e aos tempos da faculdade dos biólogos e comprei uma echarp magnífica numa banca indiana. Ofereci à R. uma fita para o cabelo à moda hippie. Metemo-nos no carro, partilhámos os phones, ouvimos mais três vezes a música pirosissíma da tal cantora hiper-famosa que se ouve a toda a hora na RFM e desgraçadamente para a R. ainda cantei, tal cana rachada…
Gosto de me armar em adolescente, gosto de compras de miúdas, de conversas de miúdas e de rir às gargalhadas. A minha prima não foi nada chata, ao contrário do que seria de supor, e diverti-me nesse Domingo chuvoso.
À noite voltei a casa, à vida serena que escolhi para mim, às conversas de miúdas adultas, ao chá ao deitar e à música de Michael Nyman do filme “O Piano” …
25 setembro 2006
21 setembro 2006
16 setembro 2006
PostCrossing
PostCrossing
Descobri o PostCrossing através do BookCrossing.
Já vou enviar o primeiro postal para a Finlândia na Segunda-feira!
06 setembro 2006
O que os outros escrevem: Mentes inspiradas
O que os outros escrevem:
Mentes inspiradas
As férias podem fazer bem às mentes.
Ou talvez seja o Outono a chegar, não sei bem.
Talvez ninguém saiba.
A inspiração não falta em [Momentos] - aqui e aqui -
e no Jornal das Pequenas Coisas - aqui, ali, acolá, por todo o lado...
05 setembro 2006
04 setembro 2006
O que os outros escrevem e ilustram - Ilustrar em Recorte - Mãe, Semear, Querer
O que os outros escrevem e ilustram:
Ilustrar em Recorte - Mãe, Semear, Querer
Mãe
é quem anda sempre a semear flores por onde passa
Semear
é dar o que queremos receber
Querer
é obrigar os desejos a fazer ginástica
Desenhos de Gémeo Luís, texto de Eugénio Roda
Edições Eterogémeas, 2005
luismendonca@netcabo.pt
02 setembro 2006
30 agosto 2006
Histórias de férias - Vício de Leituras na Praia
Histórias de férias - Vício de Leituras na Praia
A crónica "É bom ler na praia" de Paulo Moura, que foi publicada no Domingo passado no Público, contava uma história muito cómica sobre o vício de ler na praia e as consequências que isso pode trazer.
Um senhor que perdeu os seus óculos, num mergulho para a água, pôs uma praia inteira em busca do bem mais essencial para leitores compulsivos. Depois dos veraneantes passarem horas de rabo para o ar em busca dos óculos perdidos, lá foram miraculosamente encontrados. Imagine-se...
Ri a bom rir nessa manhã de Domingo. Fez-me lembrar que por causa de mergulhos distraídos já perdi dois óculos escuros. E esses não tiveram volta, pelo menos para os meus olhos.
Esta história levou-me a uma troca de e-mails divertidos... Hoje voltei a escrever mais um. Ri-me mais um bocado...
- Tu nem dás por isso na figura em que estás!!
P.S. Agora tenho uns Gucci muito mais giros que estavam em grande promoção, porque saiu mais barato do que comprar lentes novas para os óculos velhinhos...
26 agosto 2006
Colecção de Leituras de Faíza Hayat
Colecção de Leituras de Faíza Hayat
Intrigou-me desde que comecei a ler as suas crónicas. Já lá vão uns quatro anos, talvez. Nessa altura, Faíza falava de um tal Marcelo nas suas "Conversas com o Espelho" e isso chateava-me à brava, porque não percebia nada daquilo. Desde que olhei para a XIS com olhos de ver, nunca mais deixei de comprar o Público ao Sábado, mas recusei-me durante muito tempo a olhar para aquela página pintada de azul esverdeado. O tal Marcelo irritava-me!
Dei-lhe uma segunda oportunidade, incentivada pelas cartas que vão sendo enviadas por leitores fascinados pelas suas palavras que, agora sei, podem ser arrasadoras tanto pela beleza como pela brutalidade das emoções. É poesia escrita em prosa.
As suas crónicas são certamente as mais enigmáticas da imprensa portuguesa. Faíza Hayat, eterna viajante com raízes das arábias, mulher bela que escreve palavras com sabedoria, cheiro, música, cor, sabor, texturas, ... Agora, para além dos textos da página 4 da XiS, leio O Evangelho Segundo a Serpente e descobri quem é afinal Marcelo...
Cito-a:
«Reparem», dizia [sua mãe], «a palavra solidão está cheia de sol!» Gostava [sua mãe] de citar Marguerite Duras: «Não se encontra a solidão. Somo nós que a construímos.» . Citava Pablo Picasso: «Nada pode ser feito sem a solidão [...]. Citava Tchekov: «Se tens medo da solidão então não te cases.»
Mais à frente:
... assim como há sol na palavra solidão, há mel na palavra melancolia.
Identifiquei-me em particular com estas conversas, escritas e leituras:
... fico horas a falar com elas [suas irmãs] e quando desligo já não sei do que falámos. Leio para esquecer. Escrevo para recordar.
Vejam esta ideia extraordinária de devorar a beleza:
Não podendo provar o arco-íris, as estrelas, o lume dos relâmpagos, as nuvens rubras, contaminadas pela luz melancólica dos crepúsculos - comia flores.
21 agosto 2006
O sabor da Vida está nas pequenas coisas
O sabor da Vida está nas pequenas coisas
O Jornal das Pequenas Coisas é um blogue sobre as pequenas coisas que dão sabor ao dia-a-dia. Metáforas e redefinições de palavras "mágicas" são hábito.
19 agosto 2006
16 agosto 2006
08 agosto 2006
27 julho 2006
23 julho 2006
22 julho 2006
Apanha-me também um poeta... por favor... II
Apanha-me também um poeta... por favor... II
Sem palavras, é como se pode descrever o que me vai na alma... sem palavras. Palavras para quê? Com tamanha imaginação, com tamanho requinte, com esta dimensão de pormenor. Ali não há outro material senão papel esculpido.