30 junho 2006
Volto às palavras...
Volto às palavras...
Agora que partes
e me deixas nua a alma
volto às palavras
na dor da solidão,
à conversa com a água,
à conversa com as árvores.
Anseio a sabedoria do tempo.
Agora que partes
e me deixas nu o coração,
perdido em emoção,
fico sem as conversas passadas,
em redor de chás desabafados.
Conversas curtas, contudo eternas.
Não tive a coragem
para expressar o que sinto...
nem por palavras nem com actos.
Não tive a coragem
para te contar o que sinto,
para te cantar como me enamorei por ti,
sem um brinco...
Num assombro de emoção olhei-te
e senti cá dentro a trovoada.
Senti-me ali assim,
tremi.
Talvez nunca mais te visse,
nem mais uma vez.
Vieste... uma semana atrás da outra.
Passaste cá dentro, tal brisa ao pôr-do-sol,
devagarinho.
Terás agora que partir
e eu... eu entretanto escrevo
e relembro-te sem o brinco...foi a primeira vez que te vi.
29 junho 2006
26 junho 2006
Uma Dentada em Família
Uma Dentada em Família
Depois da minha incursão habitual ao Público e da descoberta de um sítio novo para cafés e leituras, cheguei a casa e dei uma verdadeira Dentada em Família.
A mordida foi dada numa sardinha saborosa:
Primeiro a avó,
depois o tio,
a mãe,
eu
e depois a mãe novamente.
Cá estão umas primas da sardinha mordida:
25 junho 2006
24 junho 2006
O que outros escrevem - Terei sentimentos?
O que outros escrevem
Terei Sentimentos?
Eu vivo num roseiral com as minhas amigas rosinhas. Somos todas rosas de família. Temos grandes hastes espinhosas que assustam qualquer um. O Jardineiro já desistiu de nos tentar podar. Daí surge o nosso nome de família: ESPINHOSOS, com letras maiúsculas. Eu chamo-me Rosinha Rebelde Espinhosa. Rebelde porque, em todo o roseiral, eu sou a que tem mais espinhos e o corpo mais rebelde.
Respiro o ar puro do campo, durmo sob as estrelas prateadas e o céu escuro como breu. As minhas amigas e eu costumamos jogar à macaca durante a noite. Durante o dia, o mundo e os olhos da casa estão postos em nós.
Dizem que não tenho sentimentos...
Um dia passou pela casa das Pessoas um comerciante de flores. Vendeu um botão de flor e foi-se embora. Ninguém sabia que flor sairia dali, até que chegou a Primavera. O botão abriu-se. Qual não foi o nosso espanto quando daquele desajeitado botão saiu... nem mais nem menos que... uma rosa!
Senti a seiva subir mais depressa e senti-me a ficar mais vermelha do que nunca (e já sou vermelha, apesar do meu nome indicar o contrário!)... Bem, acho que estou apaixonada. O vento soluçava e gemia por entre as árvores, a floresta que me assustava um bocado. Mas... esperem! Eu não tenho sentimentos! Ou tenho? Bem, eu não sei. Só sei que quando aquele bonitão disse à minha amiga que nunca vira uma rosa tão bonita em todas as suas Primaveras, eu quase caí da minha majestosa haste. Quase perdi a postura. Mas serviu para eu aprender: as rosas são flores sentimentais e isso eu não posso mudar!... Ah! E isto tudo só para dizer que o meu amigo feto é insensível!!! Chateei-me com ele ontem...
Rebeca - 2005
Nota - Este texto foi escrito por uma jovem de 11 anos, num teste de Português. O enunciado indicava que o autor se devia imaginar na pele de uma rosa, descrevendo o que via, o que sentia e o que fazia no seu dia-a-dia.
23 junho 2006
Adoro jantares de miúdas
Adoro jantares de miúdas
Fiz publicidade das minhas incursões à praia ao final de todas as tardes desta semana.
Quando chegámos, fui surpreendia com as quatro que éramos e com um final de dia saborosamente inesperado! Lá estávamos nós, na esplanada a comer tostas divinas e a invadir um canto onde estava um casal de namorados... ela totalmente encantada por ele. Não pude evitar reparar. Estavam mesmo à minha frente...
Rimos, rimos e rimos à gargalhada, por causa de um assunto de trabalho que deveria ser supostamente sério.
No meio da risota, ainda tivémos tempo para ter quase um colapsinho, por causa de um jovem com uma BTT a saltar para a areia do cimo de um muro a uma velocidade razoável. Parecia divertido, ele... mas se partisse a cabeça, um braço ou uma perna... Depois instalou-se lá longe onde parecia meditar ali naquela ponta.
Pensei para mim: hoje não meditei, mas ri-me e adoro rir. Todas as oportunidades parecem ser poucas para rir assim.
Ficou a promessa de voltarmos ali e estar assim...
22 junho 2006
Na praia com leituras e pensamentos emprestados
Na praia com leituras e pensamentos emprestados
... este entardecer
[...]
no fundo
só queria inventar o algodão das nuvens
amassá-lo e cozê-lo no teu coração
tirar dessa fornada sem fermento
o interior do arco-íris
e aí, tão dentro de ti
senti-lo murmurar searas amarelas mas em violeta
searas de um beijar azul que florescem verdes
[...]
aqui tão dentro de mim
este entardecer...
do lado de cá
entardece-me a tua face em tudo o que imagino...
A Sul de Ti, Jorge Serafim 2005
20 junho 2006
19 junho 2006
18 junho 2006
17 junho 2006
16 junho 2006
O que outros escrevem: Homenagem ao Silêncio
12 junho 2006
Citação - 12 Junho 2006
Citação - 12 Junho 2006
Fill your paper with the breathings of your heart. . .
poeta britânico